
“Um ídolo na mente é tão ofensivo a Deus quanto um ídolo na mão”.
A W
Tozer
O evangélico é idólatra! Tenho ministrado em alguns grandes
congressos e o nível de idolatria assusta. Basta o cantor (ou pregador) ser
famoso e pronto, está deflagrado o processo idólatra. Olhinhos brilhando,
tietagem, lágrimas, milhares de fotos, celulares brotando do chão, em alguns
lugares gritos eufóricos tiram Cristo do foco e assassinam o sagrado.
A mentalidade evangélica do show não é mais novidade
– e a idolatria também não – tanto que já não choca, não “escandaliza” ninguém.
Já não se respeita o lugar do culto, a ambiência do sagrado, o momento da
adoração. O que importa é tirar fotos com o ídolo, abraçar, chorar, entronizar o
novo deus do instante.
Os chamados “artistas gospel” adoram isso tudo!
Basta ver em seus rostos a expressão de êxtase por estarem na mira dos
holofotes. Notei o modus operandidesses deuses de hoje: as mesmas técnicas dos
“artistas” seculares em seus shows: “Joga a mão pra cima!” Enquanto o “culto” se
desenrola em sua forçada normalidade, o povo tenta esconder sua alarmante
ansiedade pelo show, até que chega o momento esperado: “com vocês: o nosso
deus!” E o povo… abraça a idolatria em sua mais nefasta expressão – a
substituição do Deus verdadeiro pela cópia bizarra do momento.
Eugene
Peterson escreveu: “Gostamos dos ídolos porque gostamos secretamente da ilusão
de controlá-los. São deuses destituídos de divindade para que nós possamos
continuar a ser deuses de nós mesmos. A adoração de ídolos (em todas as
dimensões: céu, terra, embaixo da terra) sempre foi o jogo religioso predileto.
A adoração de ídolos é o vazio batizado de espiritualidade” Dt. 5.
8-10.
Não preciso lembrar que a idolatria é um pecado que fere
profundamente o coração de Deus, preciso? O grande problema na adoração aos
ídolos é a inversão teológica que é feita. Passa-se a adorar o objeto criado ao
invés do Criador de todas as coisas (Rm. 1.19-23). Alguns estudiosos trabalham
com a ideia de que o deus de uma pessoa é aquilo a que ela dedica seu tempo,
seus bens e seus talentos; aquilo a que ela se entrega. A ideia teológica dessa
linha de pensamento é a de que sempre que alguém, ou algum objeto, ou até mesmo
alguma função ocupa o lugar central em nosso coração, mente e intenção, torna-se
um ídolo, porque tomou o lugar que pertence a Deus (Mt. 22.37).
Não há
problema em gostar do trabalho de alguém, ou mesmo tirar uma foto com ele(a),
mas a questão é: dentro do templo? No ambiente do culto? Qual é a intenção em
celebrar tão desesperadamente alguém? Em matéria de idolatria, todo cuidado é
pouco.
Autor: Alan Brizotti
Fonte: [ Blog do autor ]
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